Imagine que um dia você está bem, em sua casa, e de repente uma angústia profunda lhe invade. O nervosismo é tamanho que você não consegue fazer absolutamente nada. Está parado, inerte em uma cadeira ou no sofá.
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Crise de Ansiedade
Isso é o que acontece quando uma crise de ansiedade aparece. Uma resposta do corpo a um medo extremo, ela nos prepara para fugir de um inimigo que só existe em nossa mente.
Por ser algo tão complexo e muito sério (a crise de ansiedade desencadeia sintomas físicos), muitas pessoas não compreendem o que é e do que se trata, o que dificulta muito o diagnóstico dos que sofrem com essa doença e a melhora de sua qualidade de vida.
Você sofre com esse problema? Tem tido crises de ansiedade ou conhece pessoas que estão passando por esse evento e não sabe como ajudar? Então esse texto é para você.
Preparamos um guia completo com tudo o que você precisa saber para entender a crise de ansiedade e como enfrentá-la, para que as emoções não o paralisem.
O Que é Ansiedade?
Conforme comentamos nos primeiros parágrafos desse texto, a ansiedade é um sentimento normal e que faz parte da vida dos seres humanos desde que surgimos nesse planeta.
Isso porque a ansiedade nada mais é do que a expectativa com o futuro. Mas essa expectativa é sempre de algo que pode lhe afetar, colocar sua vida em risco.
Por isso, ela costuma gerar desconfortos e medos de que coisas ruins aconteçam.
O Que é Crise de Ansiedade?
Embora não haja até agora uma causa que possa ser apontada como a verdadeira desencadeadora da crise de ansiedade, em geral as experiências que uma pessoa vive tem grande influência sobre isso.
O que quer dizer que pessoas que tenham vivido experiências traumáticas ou tenham pessoas na família com histórico de ansiedade extrema podem desenvolver a doença.
No entanto, para alguns, a crise de ansiedade pode se relacionar a doenças físicas, como males cardíacos, diabetes, hipertireoidismo, abstinência de álcool e drogas, doenças respiratórias ou tumores que modificam os hormônios.
Existem Pessoas Que Tem Mais Facilidade Para Desenvolver Crise de Ansiedade?
Infelizmente sim. Existe um perfil de pessoas que tem mais facilidade em desenvolver crises de ansiedade, mesmo que sua saúde esteja no melhor estado possível.
Por exemplo, aqueles que tem familiares com ansiedade tem mais chances de desenvolver a doença, bem como pessoas que foram abusadas durante sua vida, seja física ou emocionalmente.
Aqueles que viveram incidentes extremos, como assaltos, acidentes ou incidentes envolvendo desastres naturais tem grandes chances de apresentar crise de ansiedade, assim como aqueles que sofrem de doenças psicológicas, como depressão, esquizofrenia ou bipolaridade.
Outro público que precisa ficar atento é o que possui doenças cardiovasculares, um sistema respiratório fragilizado ou, ainda, tomam substâncias estimulantes em excesso, como medicamentos, energéticos, cafeína ou chá.
Quais Os Sintomas da Crise de Ansiedade?
Durante uma crise de ansiedade, o corpo passa a se preparar para um evento arrasador, onde é preciso se proteger para que não ocorra nada de ruim com seu corpo.
Toda essa avalanche de adrenalina influencia no funcionamento do corpo, desencadeando sinais que afetam o corpo e a mente, dividindo-se assim entre psicológicos e os clínicos.
Veja abaixo como eles podem afetar o corpo de quem tem de lidar com crise de ansiedade frequente:
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Sintomas Psicológicos
Em um episódio de ansiedade aguda, a pessoa pode sentir, do lado psicológico, um medo irracional; sensação de nervosismo, de agitação ou que algo ruim está para acontecer; sentir o desejo de evitar tudo o que desencadeie a ansiedade e, por fim, ficar obcecado com determinadas ideias.
Além disso, algumas pessoas podem evoluir para um quadro de síndrome do pânico, onde os medos se tornam tão extremos que até mesmo sair de casa é algo tão difícil e sofrido que muitos optam por se tornar reclusos.
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Sintomas Físicos
Como não afeta apenas a mente, a crise de ansiedade tem efeitos também sobre o corpo.
Quem sofre de ansiedade costuma, por exemplo, roer unhas; sentir um aumento na frequência cardíaca, algumas vezes com dor no peito; apresentar respiração rápida ou hiperventilação; ter uma transpiração fria e intensa e sentir espasmos musculares.
Além disso, é comum que a pessoa sinta fraqueza, tenha dificuldade em se concentrar, sofra de insônia e de problemas digestivos.
Ansiedade Tem Cura?
Infelizmente, a crise de ansiedade não tem cura. No entanto, existem tratamentos e medicações que podem devolver a qualidade de vida e o controle de seus atos daqueles que se veem obrigados a conviver com essa doença.
Tratamento da Crise de Ansiedade
O tratamento da crise de ansiedade pode ser feito atacando duas frentes. Na primeira delas são realizadas sessões de terapia com um profissional treinado para o tratamento das ansiedades.
Em outra serão utilizados medicamentos, que podem ser naturais, benzodiazepínicos, antidepressivos e antipsicóticos.
Tipos de Terapia
Embora a terapia seja o tratamento recomendado para combater a crise de ansiedade é importante saber um pouco sobre os tipos de terapia existentes, e como eles podem ajudar no combate a essa doença.
Psicanálise: Aqui, o paciente pode dizer o que pensar, sem qualquer tipo de censura, e associar livremente o seu pensamento, suas fantasias, sonhos e emoções.
Enquanto isso, o analista ouve atentamente o relato, chamando a pessoa algum tempo depois para que ela reflita sobre o que sua fala pode estar dizendo e como está se escondendo do inconsciente.
Junguiana: Neste tipo de terapia, o paciente trabalha seu futuro, empregando todos os seus esforços para superar os medos e alcançar o inconsciente.
Lacaniana: Aqui o terapeuta recorrer a métodos de associação, o que leva o paciente a refletir sobre seus problemas.
Cognitivo Construtivista: O terapeuta, em um primeiro momento, avalia tudo o que o paciente pensa e faz em seu dia a dia. Na segunda etapa, ele avalia como o sistema nervoso central atua no corpo humano, tentando entender os sintomas físicos que a ansiedade desencadeia.
Teraía Reichiniana: Nesse modelo de terapia é ensinado que sentimentos reprimidos (seja medo, raiva, angústia ou outro do tipo), quando é reprimido acaba atacando o corpo, por meio dos sintomas físicos.
Método Analítico Comportamental: Neste tipo de terapia, o terapeuta vai lhe dizer, apenas que a forma como percebemos os estímulos do meio ambiente tem o poder de influenciar nosso comportamento.
Então, para que possa trazer mudanças para a vida desse paciente, o terapeuta pode apelar para exercícios que mostrem essa influência na vida de cada um de nós.
Cognitivo Comportamental: Essa linha de terapia prega que a forma como cada um de nós interpreta as experiências que viveu irá determinar como a pessoa se sente e se comporta.
Para atacar as visões excessivamente negativas de si mesmo, a terapia corrige as distorções e prepara avaliações científicas para comprovar a pesquisa.
Gestalt-Terapia: O terapeuta vai avaliar seu paciente de acordo com o meio familiar e social em que vive, verificando quem são seus amigos, sua família, colegas de trabalho e quais suas atitudes no dia a dia.
Além de ouvir, o terapeuta que recorre a esse método ouve o que o cliente tem a dizer, enquanto presta toda a atenção nos gestos, nas posturas, no tom de voz e nas expressões no rosto desse paciente.
Psicodrama: No Psicodrama, todos os presentes na sessão de terapia passam a discutir um único tema. Posteriormente, os problemas de todos os pacientes serão encenados.
Ao final, é discutido e avaliado pelos envolvidos. Os terapeutas que defendem essa linha de raciocínio acreditam que, ao colocar suas emoções para forma, será mais de perceber cada uma delas.
Terapia em Grupo: Aqui, todas as pessoas com um único problema comum, debatem a questão e tentam encontrar uma solução para suas próprias angústias. Porém, a motivação é algo que pode pesar bastante para que o tratamento saia como o esperado. A motivação é a chave para o sucesso.
EMDR: Apesar do seu nome complicado (Eye Movement Desensitilization and Reprocessing, ou Dessesnbilização e Reprocessamento através de movimentos oculares) nada mais é do que um trabalho com memórias e fatos traumáticos, para que a pessoa possa experimentar um alívio nos sentimentos ruins associados a eles, melhorando assim sua qualidade de vida.
Graças à sua configuração, esse tratamento vem trazendo grandes resultados positivos para sofre com crise de ansiedade porque leva o foco do paciente aos eventos que lhe dão medo.
Em seguida, são aplicados estímulos que fazem com que o cérebro associe sentimentos e sensações positivas ao que antes era apenas negativo, eliminando as memórias ruins.
Terapias Comportamentais: Nas terapias comportamentais, os especialistas trabalham como o paciente reage a estímulos do meio em que está. Essa terapia busca que a pessoa mude a forma como sente o mundo, modificando lembranças ruins e transformando-as em boas.
Aqui é possível aplicar, por exemplo, a análise funcional do comportamento, onde várias ocorrências são colocadas para que o paciente as analise e, assim, veja o que elas desencadeiam.
Em outra vertente, a da dessensibilização sistemática, a pessoa é exposta, de forma gradual, a tudo aquilo que lhe angustia. São aplicadas também técnicas onde a pessoa relaxa e aprende a processar todas as emoções. Assim, os medos e angústias são minimizados.
Remédios Para Crise de Ansiedade
Para que possa enfrentar e vencer as crises de ansiedade, o especialista pode escolher utilizar, também, alguns medicamentos que se encaixam em um determinado grupo. Confira:
Antidepressivos: Medicamentos que melhoram o funcionamento da serotonina estão entre os antidepressivos mais receitados. Em geral, eles são utilizados em tratamentos prolongados porque tem risco baixo de dependência e são facilmente retirados do consumo na fase final do tratamento, sem trazer sofrimento ao paciente.
Ansiolíticos: Muito utilizados, sua área de atuação depende do sistema de neutransmissores em que agem. Por exemplo, os ansiolóticos tarja preta costumam ser receitados quando o paciente se encontra na fase aguda da crise de ansiedade.
Esse remédio ajuda a aliviar os sinais físicos que as crises desencadeiam, já que reduz a atividade cerebral. No entanto, eles tratam apenas os sintomas, sem atacar a ansiedade, verdadeira causa do problema.
Antipsicóticos: Já os antipsicóticos podem funcionar como medicamentos de efeito paliativo durante o período em que a crise de ansiedade estiver mais intensa. Contudo, do mesmo modo que os ansiolíticos, eles combatem apenas a causa dos sintomas, não vão a fundo em sua origem.
Veja alguns dos medicamentos mais consumidos para o tratamento da crise de ansiedade:
Alprazolam, Buspirona, Bromazepam, Clonazepam, Cloxazolam, Diazepam, Fluoxetina, Hidroxizina, Lorazepam, Mirtazapina, Paroxetina, Risperidona, Sertralina, Trazodona e Venlafaxina.
Cuidar de uma pessoa em crise de ansiedade não é exatamente fácil. É preciso ter um grande autocontrole para não mergulhar na mesma doença. Contudo, com as dicas que trouxemos aqui isso pode ser um pouco mais simples.
Em relação aos remédios, nunca use nenhum destes medicamentos sem receita médica, muito menos suba sua dosagem sempre que desejar. O descontrole da dosagem pode trazer graves efeitos colaterais, colocar sua vida em risco e ainda prejudicar seu tratamento.
Se você conhece alguém que sofre desta doença, oriente-a a buscar ajuda. Assim terá sua qualidade de vida de volta em pouco tempo.




